quinta-feira, 17 de julho de 2008

Chegou a hora de dar mais espaço aos humanos.

Olá queridos e queridas nerds nervosos.

Após um período de uma doença chamada Síndrome de Final de Semestre, nós, os Nerds Nervosos voltamos. Após um período de loucura, dominado por provas, trabalhos e afins, esperamos que posts e mais posts surjam aqui nesse espaço, afinal, como diz minha querida mãe "Mente vazia é a oficina do Diabo", o Diabo até pode ser legal, mas o lema de todo nerd é "Manterás a mente ocupada", seja com jogos, quadrinhos, bolinhas de gude, cálculos, qualquer coisa que nos deixe ocupados e que seja mentalmente saudável é claro, pois assistir Malhação não acrescenta nada pra ninguém.
Como qualquer pessoa hiperativa, estou entrando de férias na facul, mas nesse tempinho estou fazendo um curso à distância de uma parceria entre a IBM ( não é a Indústria de Bolinhos de Mandioca, rsrsrs) e o Instituto Eldorado, sobre soluções de TI e a aplicação destas nos tempos atuais. No meio da leitura dos módulos, me deparei com um artigo escrito em 2001 na página da UOL, na seção dedicada à Tecnologia, se não me engano, o nome da página é "IDG NOW". Lá me deparei com um termo que nunca, com o perdão da minha falta de conhecimento, tinha ouvido falar, apesar de ter já pensado exatamente na mesma idéia, porém não encontrava um termo específico: HUMAN CENTERED. Parei pra pensar e não sei porque essa reportagem fez pensar em um filme: Matrix...será que tudo é Matrix, ou temos um pouco de tecnologia focada nos seres humanos?Ou será que os, por exemplo, os equipamentos de tecnologia médica cumprem bem esse papel e Michael Destouzos se equivocou em seus argumentos?
Para entenderem melhor o termo, vou colocar aqui a origem da faísca de discussão:

O ser humano é o futuro da computação, e não as máquinas
Publicada em 10 de maio de 2001 às 16h39

Michael L. Dertouzos, diretor do Laboratório da Ciência e Computação do MIT, afirma que, após 40 anos de construção de computadores, pouca coisa mudou. O cientista acredita que o futuro da computação se baseia em fazer os sistemas servirem aos humanos, e não o contrário, como acontece nos dias atuais. Confira trechos da entrevista concedida ao Computerworld americano

A Revolução da Informação não vai cumprir sua promessa até que paremos de pensar que ainda estamos na Revolução Industrial, afirma Michael L. Dertouzos, diretor do Laboratório da Ciência e Computação do MIT. Após 40 anos de construção de computadores, pouca coisa mudou, diz Dertouzos, autor de sete livros, incluindo "The Unfinished Revolution: Human-Centered Computers and What They Can Do for Us". O futuro da computação se baseia em "fazer os sistemas servirem aos humanos", acredita. "Esse deve ser nosso objetivo." Sami Lais, jornalista do Computerworld americano, entrevistou Dertouzos sobre o futuro da computação. Acompanhe trechos do bate-papo.

CW: Você fala sobre uma computação voltada para os humanos, na qual o computador não é um dispositivo isolado mas um ambiente onde a tecnologia está entre você e o ar. Como isso se diferencia do conceito de computação disseminada (pervasive computing)?
Dertouzos: Há muita confusão nesse sentido. Pervasive computing demanda muitos equipamentos, onde o foco está em vários dispositivos que são os próprios computadores. Já a computação voltada ao indivíduo está focada nas pessoas. Hoje, os computadores são difíceis de usar. Se disseminarmos essa cultura ainda mais, isso se agravará. Mas se nos concentrarmos nos sistemas "human-centered", estabelecemos que nossa meta é servir humanos.

CW: No modelo de computação móvel do futuro descrito por você, a interação se dará através da voz. Por quê?
Dertouzos:Há muita confusão nesse sentido. Pervasive computing demanda muitos equipamentos, onde o foco está em vários dispositivos que são os próprios computadores. Já a computação voltada ao indivíduo está focada nas pessoas. Hoje, os computadores são difíceis de usar. Se disseminarmos essa cultura ainda mais, isso se agravará. Mas se nos concentrarmos nos sistemas "human-centered", estabelecemos que nossa meta é servir humanos.

CW: No modelo de computação móvel do futuro descrito por você, a interação se dará através da voz. Por quê?
Dertouzos: A maior parte dele envolverá interpretação de voz, não só ativação por voz. A fala é natural para as pessoas, e por isso é fácil de ser usada. Por isso que os sistemas centrados nos humanos precisam desse recurso. Na verdade, não importará como você vai se comunicar - desde que seja da forma mais conveniente. Ironicamente, a computação seguirá um velho modelo - sem graça para os humanos mas perfeito para as máquinas e esse é um modelo imbecil. O software não adotará uma forma humana, como robô, nem terá grandes orelhas e cara assustadora. Ele simplesmente incluirá programas que farão as coisas que você mandar.

CW: A computação disseminada está começando a se tornar realidade: com telefones celulares, handhelds e laptops, podemos trabalhar muito bem de qualquer lugar. Quanto tempo essa transformação - que nos permitirá fazer isso e mais, simplesmente enviando comando de voz em um ambiente - vai demorar?
Dertouzos: Pervasive computing é fácil. É o que já temos hoje, só que um pouco mais. Mas a computação que tem como centro as pessoas vai mudar o modo de pensar e vai demorar para que as empresas ofereçam hardware e software preparados para isso. Já existem testes, por exemplo, em universidades como as da Califórnia, Berkeley, Carnegie Mellon, Georgia Institute of Technology e a Universidade de Washington. E, logicamente, o projeto Oxygen, no MIT. E muita coisa está sendo feita na área de reconhecimento de voz... incluindo estudos de gigantes como IBM, Philips e Microsoft.

CW: O precisará ser feito comercialmente para que os desenvolvedores de TI adotem o conceito dessa nova computação?
Dertouzos: Isso já está acontecendo. A Microsoft, por exemplo, anunciou o Hailstorm, um ambiente de computação voltado para o usuário, segundo suas próprias definições, que é parte do sistema .Net. No final das contas, protótipos bem-sucedidos de sistemas centrados em humanos levarão as grandes empresas a descobrir novas formas.

CW: Você diz que devemos mudar nossas atitudes e também nos tornarmos mais voltados para os seres humanos. O que quer dizer com isso?
Dertouzos: Pegue o e-mail. Temos que fazer alguma coisa ou todos nós vamos nos afundar em e-mails. Uma pesquisa revelou que as pessoas passam em média uma hora e meia lendo mensagens eletrônicas. Isso é ridículo e deve aumentar 10 vezes na próxima década, à medida que novos usuários cheguem à rede. Logicamente que as pessoas não passarão quinze horas por dia lendo e-mails. Eu passo cerca de 18 segundos em cada mensagem porque estabeleci teclas de respostas automáticas, mas mesmo assim, estou apenas adiando uma sobrecarga. Temos de começar a utilizar XML para inserir rótulos nos e-mails que descrevam o conteúdo das mensagens e, consequentemente, nos permita selecioná-las ou rejeitá-las. Mas hoje temos que engolir um monte de lixo que nos enviam. Só porque estamos conectados, não adquirimos o direito de incomodar outras pessoas com nossas palavras, nem obrigá-las a respondê-las.

CW: Vai haver em algum momento um movimento contra a tecnologia?
Dertouzos: Contra, não. Mas até que ponto os sistemas "human-centered" estarão aperfeiçoados no futuro dependerá das pessoas. Pense dessa forma: você pode separar as pessoas através de seus componentes principais. Gosto de imaginar os indivíduos como um carro de quatro cilindros: esses quatro cilindros são nossas dimensões física, racional, emocional ou artística e espiritual. A maior parte dos tecnólogos funciona apenas em um ou dois cilindros, geralmente o racional e o físico. Os humanistas também trabalham sobre a mesma quantidade, só que o físico e o artístico. Então, se você é um tecnólogo ou um profissional de negócios focado no planejamento, vai se dar muito melhor com computadores. Se você é um artista, nem tanto; você terá ferramentas para fazer o seu trabalho com criatividade, mas não será capaz de escrever ou pintar melhor. E se você é um monge, esqueça. A máquina não lhe será útil porque a atividade espiritual se realiza no interior das pessoas. O que eu gostaria de ver é as pessoas funcionando sobre esses quatro cilindros.

CW: Os presidentes querem que seus diretores de tecnologia sejam visionários que tragam sólidos retornos sobre o que eles investem. Nesse contexto, como os gerentes de TI vão abraçar esse futuro centrado nas pessoas que você descreve?
Dertouzos: Sem falsa modéstia, isso começa com a leitura do meu livro. Então, esses profissionais vão à Web e se informam sobre esses e outros esforços de que falei. O passo seguinte é se submeter a uma lavagem cerebral e se concentrar em como os sistemas podem servir às pessoas. Veja os sistemas de voz de hoje. O que as 200 maiores startups estão fazendo nesse sentido? Você pode usar a voz nos seus negócios? Agora, parta para a automatização. Você pode ajudar seu time a trabalhar mais efetivamente? Pode personalizar seus sistemas para atender às necessidades individuais de seus funcionários? Não basta dizer que está de acordo com essas idéias. É preciso mostrar isso em cada ação que tomar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hey Ana!

Como eu comentei... essa idéia de "human centered" anda sendo pesquisada geralmente nos sistemas militares.

Olha uma empresa que trabalha com esse conceito:

http://www.aptima.com/

São sistemas de apoio a médicos e militares...

Só falta uma cafeteira assim agora. Ou uma namorada robô? Não sei :D

Bjo!